Sobre o Calendário Islâmico

11-04-2009 18:14

O calendário islâmico ou calendário hegírico é um calendário lunar composto por doze meses de 29 ou 30 dias com um total de cerca de 354 dias. A contagem do tempo deste calendário começa com a Hégira - a migração de Muhammad (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) de Meca para Medina, em 16 de Julho de 622.

 

O mês começa quando o crescente lunar aparece pela primeira vez após o pôr-do-sol. Tem cerca de 11 dias a menos que o calendário solar. Este calendário não corrige o facto de o ano lunar não corresponder ao ano solar. Deste modo, os meses islâmicos retrocedem a cada ano que passa. Uma vez que o calendário islâmico é cerca de 11 dias mais curto que o calendário solar, os feriados muçulmanos acabam por circular por todas as estações.

 

As duas festas canónicas do Islão são o Eid ul-Fitr, que celebra o fim do jejum do Ramadão, e o Eid ul-Adha que marca o fim da peregrinação a Meca (Hajj). O dia 10 do mês de Muharram (o primeiro mês do calendário islâmico) é um dia de particular importância para os muçulmanos xiitas. Neste dia comemora-se o martírio do terceiro imã xiita, Hussein, morto em Karbala em 680 por aqueles que os xiitas consideram usurpadores da liderança da comunidade muçulmana.

 

No início deste mês as pessoas envolvem-se em actividades como ouvir contadores de histórias relatar o martírio de Hussein ou assistir a peças de teatro que pretendem reconstituir os acontecimentos. O dia é marcado com procissões, que incluem actos de auto-flagelação como bater no peito ou cortar-se com uma lâmina, embora os membros do clero xiita desencorajam estas práticas.

 

Outras festas populares incluem a Noite da Ascensão (Lailatul-Mehraj, no dia 27 de Rajab), quando se recorda o dia em que Muhammad (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) subiu ao céu para dialogar com Deus, e a Noite do Poder (Lailatul-Qadr, teoricamente na noite de 26 para 27 do mês do Ramadão), que marca o aniversário da primeira revelação do Alcorão e durante a qual muitos muçulmanos acreditam que Deus decide o que acontecerá durante o ano.

 

 

Meses Islâmicos

 

    * 1º - Muharram

    * 2º - Safar

    * 3º - Rabi al-Awwal

    * 4º - Rabi ath-Thani

    * 5º - Jumaada al-Awwal

    * 6º - Jumaada al-Akhira

    * 7º - Rajab

    * 8º - Sha'aban

    * 9º - Ramadan

    * 10º - Shawwal

    * 11º - Dhu al-Qidah

    * 12º - Dhu al-Hija

 

 

Feriados Sagrados

 

    * 1º de Muharram - Ano novo islâmico

    * 10 de Muharram - Dia de Ashurah

    * 27 de Rajab - Isra e Miraj

    * 15 de Sha'aban - Shab-e-Br'aat

    * 1º de Ramadan - Primeiro dia de jejum

    * 1º de Shawwal - Eid ul-Fitr

    * 10 de Dhu al-Hija - Eid ul-Adha

 

 

Eid ul-Fitr

 

Eid ul-Fitr é uma festa muçulmana que marca o fim do jejum do Ramadão. Eid ul-Fitr significa literalmente "Festa do fim do jejum". Celebra-se no primeiro dia do mês de Shawwal, o décimo mês do calendário islâmico. Em algumas sociedades muçulmanas esta festa é também conhecida como a "Doce Festa" ou a "Pequena Festa". O primeiro Eid ul-Fitr foi celebrado em 624 pelo profeta Muhammad (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) e os seus familiares e amigos em regozijo pela vitória na Batalha de Badr.

 

Durante o mês do Ramadão, os muçulmanos devem abster-se de fumar, comer ou ter relações sexuais desde antes do nascer do dia até ao anoitecer. O festival do Eid ul-Fitr celebra o fim deste jejum, bem como a força que os muçulmanos acreditam ter recebido de Allah para poderem executá-lo. À semelhança de outras festas muçulmanas inicia-se como o registo visual da lua nova.

 

 

Eid ul-Adha

 

Eid ul-Adha ("Festa do Sacrifício") é um festival muçulmano que marca o fim do Hajj ou peregrinação a Meca. Acontece no décimo dia do último mês do calendário islâmico (Dhu al-Hijjah). É celebrado pelos muçulmanos de todo o planeta em memória da disposição do profeta Ibrahim (Abrãao) em sacrificar o seu filho Ismail conforme a vontade de Deus.

 

Os muçulmanos acreditam que Ibrahim conversou com Deus e que Deus disse a Ibrahim para sacrificar aquilo que lhe era mais preciso e amado: o seu filho, Ismail. Ibrahim então relatou ao seu filho a vontade de Deus e este concordou com o sacrifício. Ambos partiram para Mina, cidade perto de Meca, onde Ismail morreria. Pelo caminho, Ibrahim foi tentado pelo demónio, que lhe disse para desobedecer a Deus. Mas Ibrahim ignorou a tentação, colocou uma venda em seus olhos para não ver o que mais lhe fazia sofrer e cortou a garganta de seu filho. Quando Ibrahim retirou a venda, reparou que Deus colocou ao lado do seu filho um carneiro, que foi morto em vez de Ismail.

 

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