Relações entre muçulmanos

O Profeta Muhammad (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse:

«Os deveres de um muçulmano para com o outro são seis:

1. Cumprimentá-lo dizendo “Assalamu Alaikum”, quando o encontrar.

2. Aceitar o seu convite de comer.

3. Responder em (Árabe) (Yarhamukallah), se ele disser (AlhamdulilIah) depois de espirrar.

4. Visitá-lo se estiver doente.

5. Acompanhar o seu funeral.

6. Desejar para ele o que deseja para si próprio.»

O Profeta Muhammad (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) recomendou ainda:

«Ajudá-lo se estiver em dificuldades ou na aflição. Visitá-lo, somente para agradar a ALLAH. Felicitá-lo nas ocasiões especiais (Eid, Jumma,). Trocar prendas nas ocasiões especiais, porque isso aumenta o amor entre as pessoas e elimina os ressentimentos e o ódio nos corações.»

Abu Huraira (que Deus esteja satisfeito com ele) narra que o Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: «Acautelem-se da inveja, porque ela devora as boas acções como o fogo devora a lenha.» (Relato de Abu Daud)

Abbáss (que Deus esteja satisfeito com ele) narra que o Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "Não dispute com o seu irmão; não faça troça e não o prometa algo que não possas cumprir." (Relato de At-Tirmizi)

Abu Huraira (que Deus esteja satisfeito com ele) narra que o Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "Para se considerar um mal é suficiente um homem rebaixar o seu irmão muçulmano; todas as coisas de um muçulmano são Harám (proibidas) para outro muçulmano: o seu corpo, a sua propriedade, e o seu prestígio (honra) i.é, não lhe é lícito magoar fisicamente nem causar prejuízos à sua propriedade, nem ferir a sua honra, postura e dignidade."

Abu Huraira (que Deus esteja satisfeito com ele) narra que o Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "Se alguém visitar um inválido (doente), um anjo do céu proclama: «Que sejas bom, e que o seu andamento seja bom e que tenhas uma residência no paraíso.»" (Relato de Ibn Mája)

Abu Huraira (que Deus esteja satisfeito com ele) narra que o Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "Não é permitido a um crente cortar relações (i.é. deixar de falar) com outro crente por um período acima de três dias. Se passarem três dias, ele deve encontrar-se com quem se zangou e saudá-lo. Se o outro responder-lhe, ambos partilharão a recompensa; mas se não o re­sponder, então, carregará o fardo do seu pecado, e quem tiver cumprimentado estará livre do pecado." (Relato de Abu Daud)

Não é bom boicotar e cortar relações com outro muçulmano. Se ele errou ou pecou, deve-se-lhe chamar atenção de bons modos, deve-se corrigir-lhe, ter pena dele para ALLAH ter pena de nós, pois ele também é um humano, servo e criatura de ALLAH. Por isso, não devemos desprezar-lhe, devemos tratar-lhe bem, cobrir os defeitos dele.

Neste Hadith (dito do Profeta), o Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) diz que não se deve zangar com outro muçulmano por mais de três dias. Nisto, também o Islão tomou em consideração o instinto humano, pois zangar está no instinto animalesco humano. Por isso não é possível não se zangar. Mas a zanga não deve continuar por mais de três dias, pois, geralmente após dois a três dias a zanga abranda-se, por isso o Islão deu esse prazo. A proibição de corte de relações é só quando está em causa algum assunto mundano. No entanto, se estiver em causa a religião, será permitido cortar relações e deixar de falar com todos aqueles que possam ser um motivo contrario à religião.

O Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "Quem corta relações com o seu irmão (muçulmano) por um período de um ano, é como se tivesse derramado o sangue dele." (Relato de Abu Daud, Ahmad)

Derramar o sangue de outro muçulmano é um dos grandes pecados que levará o seu autor ao Inferno. Deve-se evitar criar relações com os malvados, pois, isso pode prejudicar a religião, porque quem vive com eles tornar-se-á como eles.

O Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "Quem acompanha o funeral de um muçulmano com fé e sinceridade e permanece lá até realizar-se o Salah "Al-Janaza" e terminar o enterro,  regressa com dois Quilates, (cada Quilat igual a montanha Ohud) e quem só participa no Salah "Al-Janaza" e regressa antes do enterro esse volta com um Quilat." (Relato de AI-Bukharí)

Certa vez o Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) perguntou: “Vocês sabem quem é o "Falido" (Muflis)?" Os Sahabas (companheiros do Profeta) responderam:  "O "falido" entre nós é quem não tem dinheiro nem propriedades." O Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "O falido no meu Ummah é aquele que virá no Dia de Quiyámah com Salates, Jejuns, Zakah cumpridos, mas por ter insultado, acusado, gasto dinheiro, agredido outrém, derramado sangue de alguém, serão levadas as recompensas das suas boas acções e entregues aos lesados. Se as recompensas terminarem antes de se pagar o que ele deve a outros, então, ser-lhe-ão atribuídos os pecados dos lesados e finalmente será lançado ao fogo". (Relato de Musslim)

O Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "Quem aliviar uma aflição do crente, em troca ALLAH aliviará a sua no Dia de Quiyámah, quem ocultar defeitos de um muçulmano, ALLAH ocultará os dele no Dia de Quiyámah."

O Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "Amaldiçoar  um muçulmano, é como assassiná-lo e acusá-lo de descrença, é como matá-lo." (Relato de AI-Bukharí)

O Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "o intriguista não entrará no Jannah." (Relato de AI-Bukharí)

O Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: "Sorrir para um muçulmano é Sadaca (caridade); ordenar o bem e proibir o mal também é Sadaca. Mostrar o caminho a alguém que está perdido ou afastar uma pedra, pico (vidro) e ossos do caminho também é Sadaca." (Relato de At-Tirmizi)

Por isso, temos que tratar bem outros muçulmanos mesmo que não os conheçamos. As divergências e diferenças de opiniões não podem ser motivo para não haver boas relações entre muçulmanos.