Islão é moderação

07-02-2010 22:19

A moderação na religião significa não exagerar e ir além dos limites traçados por Deus ou descuidar esses limites e não cumpri-los satisfatoriamente. Moderação é seguir o exemplo do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênçãos de Deus estejam com ele). Exagero é tentar fazer mais do que ele fez e descuido é não atingir o nível dele.

 

Por exemplo, um homem diz "Quero passar toda a noite em oração (qiyyaam al-layl) e nunca mais dormir em toda minha vida, porque a oração é um dos melhores actos de adoração e por isso quero passar toda a noite em oração". Nós dizemos que isto é ir ao extremo na religião de Deus e não é certo agir assim.

 

Um facto semelhante aconteceu na época do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênçãos de Deus estejam com ele), quando um grupo de homens se juntou e um deles disse "Rezarei a noite toda e nunca dormirei." Um outro disse "Jejuarei e nunca mais quebrarei o meu jejum." O terceiro disse "Não me casarei nunca." O Profeta (que a Paz e Bênçãos de Deus estejam com ele) soube do que eles estavam pretendendo e disse: "O que está errado com o meu povo que diz tal e tal? Eu jejuo e quebro meu jejum. Eu rezo e durmo e me caso com as mulheres. Aquele que extrapolar na minha Sunnah não é dos meus."

 

Aquelas pessoas tinham ido ao extremo na religião e o Profeta (que a Paz e Bênçãos de Deus estejam com ele) as criticou porque elas haviam extrapolado sua Sunnah, que inclui jejuar e não jejuar, orar à noite e dormir, e o casamento.

O fiel que descuida a sua religião, que não a cumpre adequadamente, é aquele que diz "Não sou obrigado a praticar actos voluntários (naafil), portanto não os praticarei. Somente farei os actos fard". Ele pode até nem praticar os actos fard, portanto esta pessoa está em falta com a religião.

 

A pessoa moderada é aquela que segue o caminho do Mensageiro (que a Paz e Bênçãos de Deus estejam com ele) e dos justos que o sucederam (al-Khulafaa’ al-Raashidoon).

 

Um outro exemplo: três homens encontraram-se com uma pessoa imoral. Um deles diz, "Não cumprimentarei este homem imoral, vou boicotá-lo, ficarei afastado dele e não falarei com ele." O segundo diz, "Acompanharei este homem, vou cumprimentá-lo e sorrirei para ele. Convidá-lo-ei para minha casa e aceitarei o seu convite. Para mim ele é igual a qualquer homem justo." O terceiro diz, "Odeio este imoral por causa de suas acções imorais, mas o amo por sua fé. Não o boicotarei, a menos que seja em seu interesse. Se não há qualquer benefício em boicotá-lo e se isto só faz aumentar a sua imoralidade, então não o boicotarei."

 

Neste exemplo, percebemos que o primeiro homem está indo ao extremo, o segundo está a se descuidar e o terceiro é moderado. O mesmo se aplica a todos os actos de adoração e de trato com os outros. As pessoas variam entre o extremismo, o descuido e a moderação.

 

Um terceiro exemplo: Um homem é prisioneiro da sua esposa que o direcciona para onde ela bem entende e ele não a impede de cometer pecados e não a orienta para a prática do bem. Ela apossa-se da sua razão e se encarrega de tudo. Um outro homem trata sua esposa de uma forma arrogante e severa. Ele não se preocupa com ela e a trata pior do que a uma escrava. Um terceiro homem é moderado no trato com sua esposa, conforme ordenado por Deus e Seu Mensageiro:

"E elas (as mulheres) têm direitos (sobre seus maridos em relação às despesas) equivalentes (aos que os maridos) têm sobre elas (em relação à obediência e respeito) no limite do razoável." (Al-Baqarah 2:228)

 

O Profeta (que a Paz e Bênçãos de Deus estejam com ele) disse: "Não deixe que um fiel odeie uma fiel. Se ele não gostar de uma de suas características, que se agrade de outras."

O último homem é o moderado. O segundo extrapolou os limites ao tratar com sua esposa e o primeiro é negligente. O mesmo se aplica a todos as  outras acções e actos  de adoração.

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