Acerca do terrorismo

12-04-2009 00:38

O terrorismo é condenado no Islão, pois causa destruição, morte de pessoas inocentes, estraga o ambiente benéfico às pessoas e animais, destrói infraestruturas, etc.

 

Terrorismo é um termo que não tem ainda uma definição clara. Internacionalmente, ainda não há uma definição que indique o seu significado.

Por isso, é necessário que os intelectuais, juristas, políticos e o mundo em geral, criem uma definição unânime de terrorismo, para assim podermos punir os seus verdadeiros autores, a fim de garantir a segurança, justiça e liberdade legitima de todos os povos.

 

A palavra “terrorismo” tem sim uma tradução. Ela provém de “terror”, que significa inspirar medo, assustar. Podemos traduzir terrorismo como uma agressão praticada por indivíduos, grupos ou países, cometida contra o Homem na base da sua religião, contra a sua vida, honra, propriedade, etc.

Isso inclui também a criação de diversos tipos de medo, ameaças, assaltos, matanças sem razão (na forma de guerra) e todas outras acções em que se recorre ao uso da violência, com o objectivo de aterrorizar as pessoas, assustá-las ou expor as suas vidas, liberdade, segurança, etc. Além destes males, prejudica também o meio ambiente, a natureza e as propriedades públicas ou privadas.

Tudo isso está incluído no estrago na terra que ALLAH proibiu:

“E não semeies corrupção (estragos) na terra. Deus não ama os corruptores.” [Al-Qur’án 28:77]

 

Pelo facto de não haver uma definição clara de terrorismo, certas pessoas encontraram motivos ou pretextos para condenar aspectos da religião islâmica.

Por exemplo, a instituição do Jihád (esforço no caminho de Deus) e os códigos penais foram tomados como pretexto para condenar aos que estão a defender a sua religião, honra e suas terras contra os invasores, enquanto isso é um direito consagrado divinamente e nas leis internacionais.

“Na verdade, os que se vingam de uma injustiça recebida, não serão incriminados. Mas serão incriminados os que oprimirem os outros e agredirem na terra, e cometerem transgressão sem razão. A eles será infligido um castigo doloroso.” [Al-Qur’án 42:41-42]

 

Não é admissível que o Islão seja acusado de terrorismo, pois é uma religião de paz, amor e misericórdia, ou que os seus seguidores sejam acusados de fanatismo, violência, etc. Tudo isso são invenções e acusações falsas.

Para se resolver o fenómeno de terrorismo, tem que se procurar as causas e esforçar-se para eliminá-las. A violência em algumas sociedades tem as suas respectivas causas (injustiças sociais, económicas, politicas, etc).

 

ALLAH diz acerca do Profeta (sallallaho alaihi wassalam):

“Não te enviamos senão como uma misericórdia para os mundos.” [Al-Qur’án 21:107]

“Mostra indulgência, recomenda as coisas honradas e evita os ignorantes.” [Al-Qur’án 7:199]

“Na verdade, um Mensageiro de entre vós mesmos, foi-vos agora enviado; um Mensageiro que sofre por vossos infortúnios e se preocupa convosco e que é compassivo para com os crentes.” [Al-Qur’án 9:129]

 

O Islão não admite a agressão contra qualquer pessoa inocente, em que circunstância for e seja quem for o seu autor. E isso não é aplicado somente quando se trata de muçulmanos, mas também de todos os seres humanos.

Se o Islão não permite sequer apontar a arma para uma pessoa, como então pode admitir a matança de um inocente? Mesmo em tempos de guerra, o Islão não permite matar a quem não esteja a guerrear: as mulheres, crianças, os velhos, os homens dedicados à adoração nos seus locais. É por essa razão que os historiadores justos ocidentais disseram: “A história não conheceu conquistadores mais justos e misericordiosos do que os árabes (muçulmanos)”.

Aliás, o Islão proíbe até a agressão contra animais mudos. O que dizer então da agressão contra o ser humano, que é uma criatura superior?

Tem-se o exemplo da mulher que lhe foi destinada o Inferno, por ter prendido um gato, não dando de comer a este, nem o libertando para que ele sozinho pudesse procurar a sua comida. E aquela pessoa que lhe foi destinada o paraíso, apenas por ter dado de beber a um cão!

 

Se alguém comete uma agressão, terá que ser preso e punido pela sua acção. Não se deve atirar a culpa aos outros, pois ALLAH diz:

“Que ninguém carregará fardo de outrem.”

Segundo o Al-Qur’án, o terrorista tem que ser condenado à pena capital. Portanto, se uma pessoa tem um problema ou litígio com alguém, deve exigir a ele e não andar por aí a matar os outros, que são inocentes e nada têm a ver com o assunto. Se alguém tem problema com um presidente, não pode vingar-se do povo. Ninguém tem o direito de julgar, acusar e executar ao mesmo tempo. ALLAH diz:

“Quem matar alguém injustamente, é como se tivesse morto toda a Humanidade.”

 

O Islão não permite atingir objectivos limpos, utilizando métodos sujos. Os muçulmanos não aderem àquela teoria “Maquiefélica”, na qual justifica-se o uso de qualquer método para se atingir um objectivo.

Segundo o Islão, devem-se cumprir dois factores:

1. Objectivo (meta) nobre e

2. Método lícito (limpo).

Por essa mesma razão, o Islão proíbe juntar dinheiro por meios ilícitos, a fim de gastá-lo na caridade ou em causas nobres. O Profeta (sallallaho alaihi wassalam) disse: “ALLAH é puro e só aceita o que é puro e limpo. E não aceita a caridade do dinheiro roubado”.

 

O facto de um terrorista ser muçulmano ou reivindicar ser assim, não significa que a religião é que permite isso. Semear terror é um crime e existem criminosos em todas as sociedades e religiões. Existem os terroristas do IRA, ETA, ou o genocídio recente na Bósnia, etc., mas nunca se ouviu dizer que isso vem do cristianismo.

Não só se deve parar com o terrorismo físico, mas também com o terrorismo intelectual.

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