A carne de porco

12-06-2009 18:57

É sabido que ALLAH, com o Seu poder infinito, criou inúmeros tipos de animais no mundo. Porém, nem todos são destinados para o consumo do ser humano. Há animais que Ele criou para servirem de alimento para o Homem e outros que não servem para esse objectivo, por serem prejudiciais à saúde humana ou por não serem higiénicos (são imundos).

 

De entre os animais proibidos e declarados ilícitos para o consumo humano, não só pelo Alcorão como também pelas escrituras sagradas anteriores àquela, consta o porco. O Alcorão declara explicitamente que o consumo da carne de porco ou dos seus derivados são  proibidos (Harám).

 

ALLAH diz: «São vos proibidos o animal morto (que morreu de morte natural), o sangue, a carne de porco, os animais que foram degolados sob a invocação de outro nome fora de ALLAH, os animais estrangulados até a morte, os mortos por espancamento, os mortos por causa de uma queda ou dilacerados e mortos por chifres, os devorados (despeda­çados) por um animal carnívoro, excepto os que são degolados ritualmente ainda com vida.

São vos proibidos também os animais sacrificados para os ídolos e é vos proibido repartir isso por meio de flechas, pois é um acto de pecado.»

 

Uns comentadores dizem que os árabes na época da ignorância compartilhavam na compra de um animal que depois degolavam. Para a sua divisão havia flechas (setas) e a quem coubesse o número da sorte levava todo o animal ou então uma metade e assim sucessivamente. Havia outros que ficavam sem nada. Era o sistema antigo de lotaria. E por ser um jogo de azar, o Alcorão proíbe isso.

 

Outros acham que é uma alusão as setas que eram colocadas junto aos ídolos em que estava escrito ou "sim" ou "não". Quando os árabes estivessem indecisos sobre algum assunto consultavam as tais flechas junto aos ídolos, se saísse um "sim" faziam e se saísse um "não" não faziam, pensavam que era uma forma de consultar os ídolos e de obterá sua opinião o que não passava de superstição, Shirk (idolatria) e ignorância, sendo que por isso o Alcorão proibiu tal prática.

 

 

A carne de porco nas outras Escrituras

 

Por estranho que pareça a certas camadas sociais, o Islão não é a única e nem a primeira religião no mundo a considerar o porco ilícito e imundo como alguns pensam e dão a entender erradamente. A Bíblia também considera o porco ilícito e imundo. Vejamos o que diz o Cap. 11 Levítico, vers. 7 e 8:

«Também o porco, porque tem unhas fendidas e a fenda das unhas divide em duas, mas não remoi; este vos será imundo.

Da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver; estes vos serão imundos.»

 

Todas as escritas sagradas são unânimes em declarar o porco imundo e impróprio para o consumo. De salientar, que não deixa de ser curioso o facto de todos os animais terem um nome próprio através do qual são chamados e conhecidos, por exemplo: o cabrito, o boi, a galinha, etc. A palavra porco não é um nome, mas sim uma qualidade ou estado em que algo se encontra. Palavra que em português significa: sujo, imundo, obsceno. Mas como se compreende que esta palavra se tenha tomado em nome exclusivo desse animal?

 

 

 O porquê da sua proibição

Para chegar ao ponto de ser conhecido mais pela sua qualidade do que pelo seu próprio nome é porque nasce, cresce, vive em condições de sujidade absoluta. E não é de estranhar, que muita gente nem sequer conheça o seu nome próprio.

Cientificamente, segundo investigações modernas, está provado que a carne de porco é altamente prejudicial à saúde em quaisquer climas, especialmente no quente. É uma das principais causas de uma doença conhecida por "triquinose", originada por "triquina", um parasita perigosíssimo nele contido e de muitas outras doenças.

 

Ao proibir, o Islão tomou um passo gigantesco para a prática de higiene e para se alcançar a pureza da natureza humana. Há muitos motivos medicinais que podem servir de explicação da proibição do consumo da carne de porco. O porco é um animal preguiçoso; entregue ao sexo, detesta o sol, não tem espírito e determinação de luta, não é auto-disciplinado na comida e por isso até come as fezes, transporta inúmeros germes que provocam muitas doenças. Tudo isto prova a prudência da sua proibição no Islão.

 

Por estas razões as pessoas com mentalidade sã repugnam a came de porco. Todos sabemos que para garantir a nossa saúde temos que consumir alimentos bons, saudáveis, higiénicos e evitar tudo o que possa vir a ser prejudicial. Além disso, também devemos preocuparmo-nos com a higiene pessoal para garantirmos a saúde mental.

 

O Alcorão dá-nos orientações suficientes e claras nesse aspecto.   O Alcorão ordena as pessoas:

«Ó gente. Comei de tudo o que há na terra, de lícito, de bom. E não sigais os passos de satanás, porque ele é vosso inimigo declarado.» (Cap. 2, vers. 168)

 

O Alcorão até especifica os tipos de comida que devem ser evitados, assim como foi mencionado no áyat (versículo) acima citado.

 

Foi pela consideração da saúde humana que o Alcorão e a Bíblia proibiram o consumo da carne do porco. Pois a saúde é importante e é por isso que o Profeta (que a Paz e Bençãos de Deus estejam com ele) disse: «Um crente forte é melhor e preferível (mais amado) por ALLAH que um crente fraco.» (Relatos de AI-Bukhari e Musslim)

 

Este Hadith (dito do Profeta) esclarece o facto de que os muçulmanos devem preocupar-se com a sua saúde e tentarem sempre estar saudáveis. Pois a saúde é o estado de bem-estar físico, mental e social e não é só a ausência de doença e enfermidade. E por ALLAH ser Misericordioso que tornou ilícito tudo que é sujo e prejudicial à nossa saúde. Veja o que a Bíblia também diz:

«Poderás, contudo, à sua vontade matar os animais e comer a sua carne em todas as tuas cidades como bênção que o Senhor, Teu Deus, te tiver concedido; pode comê-la o homem que esteja ou não em estado de pureza legal, como se come a carne do cabrito e do veado. Somente não comereis o sangue, derramá-lo-ás na terra, como se fosse água.»                Deut. 12 (Vers 14-15}

 

«Mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado e da prostituição» (Actos 21, Vers 25)

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